terça-feira, 7 de junho de 2011

Projeto do Fundo Vale e da Fundação Roberto Marinho levará tema do manejo florestal na Amazônia a 180 mil alunos

"Começa, hoje, o telecurso Manejo Florestal". Essa chamada, inspirada na abertura das teleaulas da Fundação Roberto Marinho (FRM), só existe neste texto. Por enquanto. Com o apoio do Fundo Vale, a Fundação preparou um material voltado especificamente para a capacitação profissional no uso da floresta de forma sustentável. O projeto "Educação para o Manejo Florestal" será assinado este mês e deve começar a ser implantado já em 2012, primeiro no Pará - pois concentra o maior número de florestas passíveis de concessão - e depois no Amazonas e no Acre, onde a FRM já é parceira dos governos estaduais em programas de ensino.
"Nós queremos juntar a expertise do Fundo Vale e da Fundação Roberto Marinho a serviço da floresta em pé, produtiva e sustentável e da população que está interagindo com a floresta", afirma Vilma Guimarães, gerente da área de Educação da Fundação. A metodologia será a mesma usada no Telecurso, que já ajudou mais de seis milhões de brasileiros a concluir a educação básica, e conta com a utilização de livros, vídeos e ferramentas digitais.
A meta do projeto é repassar conhecimento sobre o manejo não apenas para profissionais e técnicos, mas, também, para estudantes da região amazônica, como uma forma de disseminar conteúdo e incentivar vocações. Nos primeiros dois anos do projeto, além de 100 técnicos extensionistas, serão capacitados 2.700 professores que atuam nas séries finais do ensino fundamental (6º a 9º anos) e no ensino médio. No total, cerca de 180 mil alunos receberão informações sobre a importância do manejo responsável para a preservação da Amazônia.
Com uma audiência estimada em 36 milhões de pessoas, o Canal Futura também será usado para divulgar o projeto e sensibilizar a sociedade brasileira sobre o tema. "O Fundo Vale acredita que esse projeto é de grande importância para a conservação da biodiversidade amazônica, pois possibilita a real implementação e gestão das florestas nacionais ao atacar um de seus principais desafios: a mão de obra qualificada em manejo", afirma Mirela Sandrini, gerente do Fundo Vale.

Conhecendo o cenário, na prática
Conhecer de perto os problemas e desafios do manejo foi pouco para a gerente de Meio Ambiente da FRM, Andreia Margit. Para que o projeto refletisse a realidade da forma o mais fiel possível, ela não foi perto, foi literalmente para dentro da floresta. Durante uma semana, Andreia participou de um curso do Instituto Floresta Tropical (IFT) em Paragominas, no leste do Pará. Juntamente com outros alunos - todos eles homens, ela foi a única mulher do grupo -, Andreia cumpriu toda a rotina da instrução, com aulas práticas dentro da mata. O resultado foi um novo olhar sobre a floresta e o manejo. "O curso abriu minha percepção. Voltei com uma nova visão sobre o tema", afirma.

SAIBA MAIS SOBRE O PROJETO

O contexto
Existem, aproximadamente, 241 milhões de hectares de florestas federais e estaduais, distribuídas por diferentes biomas e regiões do país, sendo que a maior parte (93%) encontra-se no bioma amazônico. No curto prazo, para que seja possível implantar de 11 a 13 milhões de hectares de concessões florestais até o fim da primeira década da Lei de Gestão de Florestas Públicas (2016), a Amazônia vai precisar de 10 mil profissionais treinados em manejo florestal. No longo prazo, projetando um aumento de produção aos mesmos níveis de 2004 (aproximadamente 25 milhões de m3), haveria uma demanda de mais de 30 mil profissionais capacitados.
No Brasil, existem, hoje, 58 cursos de Engenharia Florestal, sendo 15 deles na Região Amazônica. Além disso, existem, na região, 19 cursos técnicos florestais ou agroflorestais que, juntos, não dão conta sequer da demanda atual por esses profissionais.

O projeto
Foco: Comunidades em polos madeireiros e no entorno de áreas de concessão florestal da Amazônia; estudantes do Pará, Amazonas e Acre.
Forma de implantação: Por intermédio de multiplicadores (professores da rede pública de educação básica, extensionistas e educadores de ONGs atuantes na região).
Metodologia: Semelhante à utilizada no Telecurso.
FONTE: Recebido por e-mail do Extensionista Rural da EMATER-PARÁ Francisco de Souza

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