terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Código Florestal e o pequeno produtor

Artigo escrito por assessora do INESC, Alessandra Cardoso, trata da questão da valorização do pequeno produtor e defende que esforços conjuntos entre organizações socioambientalistas e entidades representativas de agricultores familiares, camponeses e trabalhadores/as rurais sejam fortalecidos.
 O empenho dos ruralistas em colocar em regime de urgência a votação em plenário do Código Florestal indica de que no início da próxima legislatura, em fevereiro, voltará a pressão pela votação do relatório Aldo Rebelo.

Na linha de resistência, os esforços das organizações da sociedade civil contrárias às alterações no Código não têm sido suficientes para “convencer” parlamentares identificados com os interesses do agronegócio a não votarem favoravelmente à proposta, caso ela vá a plenário. Adicionalmente, no trabalho quase cotidiano de monitorar o Congresso e reagir às investidas dos ruralistas, tem havido ensaios no sentido de construir adaptações ao Código que não impliquem em retrocessos, mas este novo rumo para o debate ainda está por vir.

As entidades representativas dos pequenos produtores e assentados de reforma agrária têm demonstrado capacidades diferenciadas de mobilizar suas bases para uma resistência mais explícita às mudanças. Assim como são diferenciadas as reações de suas bases à sedução de se desobrigarem de manter a Reserva Legal. Isto, a despeito da clareza geral de que a medida de desobrigação da Reserva Legal nas propriedades até quatro módulos fiscais, que é de fato a única alteração endereçada especificamente ao pequeno produtor, está a serviço de uma estratégia dos ruralistas de ampliação da base social favorável a todo o pacote de alterações pretendidas.

Esta incerta resistência das entidades parece um reflexo da própria dificuldade de convencer suas bases de que a mudança, além de oportunista, não é uma saída para o pequeno produtor. Em grande medida isto ocorre porque, de fato, é difícil resistir à tentação de apoiarem uma proposta que promete isentá-los do ônus financeiro por ações de desmatamento e da culpa por não cumprirem “as leis”. Ou seja, a irregularidade ambiental da pequena produção é sim um problema que requer uma solução.

Pensando por essa ótica, a construção de uma resistência mais firme a essa proposta de alteração do Código Florestal passa, centralmente, pela capacidade de construir uma alternativa adequada à pequena produção.

Para o pequeno produtor, como já assinala a Via Campesina em sua nota, o caminho da sustentabilidade passa por: “assistência técnica capacitada para o manejo florestal comunitário; crédito e fomento para desenvolvimento produtivo diversificado; recuperação das áreas degradadas com sistemas agroflorestais; planos de manejo madeireiro e não-madeireiro simplificados; canais de comercialização institucional que viabilizem a produção oriunda das florestas”.

Além destes passos, outro que nos parece fundamental hoje, ainda mais diante da crise climática global, é valorizar mais efetivamente a função ambiental da pequena produção. A instituição de uma política de pagamento por serviços ambientais que remunere devidamente e de forma desburocratizada os pequenos produtores pela manutenção das suas Reservas Legais e Áreas de Preservação Permanente é um tema crucial neste debate. É um caminho que já vem sendo trilhado por inúmeras iniciativas, em Minas Gerais, na Bahia, no Espírito Santo; que precisam ganhar força e escala.

A proposta de novo Código Florestal está na contramão desta saída, tanto quanto também estão as duas propostas que tramitam na Câmara sobre Serviços Ambientais (PL nº 792/07) e REDD+ (PL nº 5.586/09), recentemente aprovadas pela Comissão de Agricultura. Estão construídas para compensar os produtores, em especial os grandes, pelo seu esforço de manutenção de áreas de preservação que excedem aquelas legalmente previstas. Por sinal, este é outro elemento que explica o anseio dos ruralistas em reduzir as áreas obrigatórias de preservação.

Fará grande diferença a retomada de esforços conjuntos entre organizações socioambientalistas e entidades representativas de agricultores familiares, camponeses e trabalhadores/as rurais objetivando a construção de alternativas que equacionem melhor a função social e ambiental da pequena produção.

É preciso que o diálogo e a articulação entre esses setores sejam rapidamente fortalecidos e que as falsas contradições sejam superadas em favor de propostas que contemplem os legítimos interesses dos pequenos produtores e a sustentabilidade ambiental.

Por Alessandra Cardoso - assessora do INESC
Recebido por e-mail de Ellen Pessoa

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A criação de peixes em tanques-rede


Essa é uma tecnologia que pode beneficiar os pequenos agricultores porque a criação de peixes em tanques-rede é viável em pequenos açudes e propriedades rurais. Em piscicultura, o sistema de produção em tanques-rede é aquele em que se utilizam estruturas flutuantes, em rede ou tela revestida, instaladas em ambientes aquáticos abertos, onde se cultivam peixes de modo superintensivo.
 Esse sistema apresenta inúmeras vantagens em relação ao sistema tradicional de cultivo de peixes em viveiros escavados. Entre elas, podem-se destacar o pequeno investimento inicial e a facilidade de manejo dos peixes: alimentação, biometrias e despesca.
Os projetos de produção de peixes em tanques-rede devem ser implantados em ambientes aquáticos lênticos – grandes reservatórios, açudes e lagoas – onde haja ligeiro fluxo de água, seja por efeito da corrente, seja por ação dos ventos. É importante, nesses casos, que haja renovação constante da água dos tanques-rede, para remover a amônia excretada pelos peixes e repor o oxigênio consumido.
No Brasil, o grande número de açudes e lagoas em propriedades rurais, permite uma grande produção de peixes. No caso da tilápia do Nilo, espécie mais cultivada, estima-se a produção anual de cerca de 250 Kg por metro quadrado de tanque rede. A existência de ampla disponibilidade de matérias primas para rações e de condições climáticas favoráveis coloca o Brasil em situação de tornar-se, em curto prazo, grande produtor e exportador de carne de peixe.
 Fonte: Nordeste Rural

Frutas e legumes orgânicos podem ajudar a combater o câncer

Entre os principais alimentos que são capazes de prevenir o câncer, estão as frutas vermelhas, uvas, brócolis e tomate. A informação é do Instituto Americano de Pesquisa do Câncer que revela índices entre cerca de 1/3 dos 1,4 milhões de casos de câncer que ocorrem anualmente nos Estados Unidos poderiam ser prevenidos se as pessoas adotassem uma dieta saudável. Se pensarmos que o que comemos se traduz em como o nosso corpo reage, faz todo o sentido frutas e legumes orgânicos serem considerados "estrelas" do cardápio.
No caso da frutas vermelhas, destacam-se framboesa, amora e mirtilo (blueberry) que são consideradas uma fonte riquíssima de vitamina C. Flavonóides, ácido elágico, fibras e outros antioxidantes, que são substâncias que ajudam na proteção das células do corpo contra os danos cumulativos, e ajudam a evitar o aparecimento de diversos tipos de câncer, em especial os de cólon, esôfago, pele, bexiga, pulmão e mama.
Para as uvas a vantagem é a capacidade de armazenar o resveratrol. Uma pesquisa científica identificou que o resveratrol tem a capacidade de impedir que células cancerosas desenvolvam-se na mama, fígado, estômago e sistema linfático. A maior fonte de resveratrol encontra-se na casca da uva. Outro ponto importante: uvas vermelhas são muito mais ricas em resveratrol do que as uvas verdes.
A pesquisa descobriu que o brócolis, que são vegetais crucíferos, da mesma família da couve-flor, repolho, couve e couve de Bruxelas, são também vegetais ricos em isotiocianatos, que regulam um complexo sistema enzimático que protege as células no nosso corpo contra o câncer de estômago, boca, faringe e laringe e esôfago.
E finalmente o tomate, que prevalece a cor vermelha devido ao licopeno, antioxidante importante na luta contra o câncer de próstata, mama, útero e melanoma, que é o mais agressivo tipo de câncer de pele. O interessante é que quanto mais concentrado o tomate, melhor, pois o processamento faz com que o licopeno seja absorvido mais facilmente.
Fonte: Nordeste Rural

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Amanha Dia "D" , eleição à Lista Trípice da Diretoria Executiva da EMATER-PARÁ

Amanhã será um dia decisivo aos 15 candidatos inscritos no processo eleitoral, que indicará três nomes para compor a lista trípice apresentada ao Governador Eleito do Estado do Pará.
O processo já acontece há várias legislaturas, para a próxima, existem 15 concorrentes com as mais variadas proposições.
A eleição constitui-se uma consquista de todos os empregados da EMATER-PARÁ, estes têem a possibilidade de ouvir, avaliar e escolhes dentres os inscritos, os três que apresentam as melhores propostas.
O grande desafio está na realização das ações propostas que devem estar afinadas com o novo governo.
Parabéns a todos que fazem a EMATER-PARÁ, sobretudo nesse exercicio pleno de participação democrática!!!
Alcir Borges

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Extensionista da EMATER-PARÁ participam de Capacitação sobre Sistematização de Experiências Agroecológicas

O Inicio dos Trabalhos...


Dinâmicas de Grupo que trazem uma mensagem toda especial...

 O Extensionista Maciel estava aplicado na Sistematização....

Humberto Reali nas boas vindas aos participantes....

Ana Lúcia Guerreiro contribuindo com a sistematização...

Alcirene, Baziléa e Marcia em um clic sistematizado....

Baziléa socializando os principios agroecológicos para o grupo....

A produção num Painel...


O Grupo "Unido e Forte" !!!!!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Compartilhando Sentimentos

Por Simone Silva - Zootecnista/Téc. Aquicultura e Pesca EMATER-PARÁ

Sou funcionária de uma empresa pública (ah, vocês sabem qual é), ou seja, sou funcionária pública. E a minha vida profissional começou junto com o atual governo.

Como boa otimista que sou, só esperei o melhor deste governo, e pra completar eu era menina-nova-recém-concursada. Calcula a empolgação...

Tudo era novidade. Agora (digo início de janeiro de 2006) eu tinha salário, tinha compromissos profissionais, atividades a desenvolver. Tinha saído direto da Universidade pra dar conta de tudo isso. Eram novas informações, novas responsabilidades, novas pessoas, colegas de trabalho (bons amigos conquistados de lá pra cá), agricultores me fazendo perguntas, colegas de trabalho me fazendo perguntas... Tudo isso e a distância de casa, misturada com a insegurança e a certeza que tudo, sim, daria certo. E lá se vão 4 anos.

Programações foram feitas, expectativas (minhas e dos agricultores) foram criadas. Algumas coisas aconteceram, outras não, outras talvez tenham sido esquecidas, outras talvez tenham mudado de nome, de objetivo, de prioridade...

Aprendi muitas várias lições ao longo destes anos, aprendi a respeitar os saberes dos agricultores, a usar o GPS, as metodologias participativas, participei de reuniões loooongas... Acredito que o governo atual também aprendeu muito.

Mas e agora? Será que começa tudo de novo? Novos planejamentos, novas formas de realizar estes planejamentos, novas reuniões, tudo de novo?

Agora já não sou menina-nova-recém-concursada. Sou quase-casada-graduada-com-4-anos-de-empresa, o que talvez nem queira dizer muita coisa. Mas, eis aqui uma grande dúvida... Perguntei como se dá essa questão de transição de governo. Tive muitas respostas animadoras, pessimistas, mas a melhor foi: “Só o tempo vai dizer...”.

E lendo Caporal & Ramos,um texto chamado "Da extensão rural convencional à extensão rural para o desenvolvimento sustentável: enfrentar desafios para romper a inércia" que diz o seguinte:

“A forma presidencialista, que é a que predomina, em empresas públicas, em institutos, em autarquias, etc, determina uma concentração de poder decisório e um viés político ideológico a ser seguido pela gestão. Não importa se o presidente é de direita ou de esquerda, o presidencialismo acaba desempenhando um papel direcionador do “que fazer” da entidade e de seus agentes. Normas e regras instituídas sem que membros da organização tenham participado de sua formulação também são grandes obstáculos à mudança. Nesse sentido, “o bom extensionista” nem sempre é aquele cujo trabalho é apreciado pelos agricultores com quem atua; às vezes é aquele que responde às demandas da hierarquia instituída na organização. Aquele que faz e manda os relatórios em dia, que está sempre atento ao que determinou seu superior é classificado como “bom profissional”. Isso acaba levando à busca do pragmatismo na ação ou de resultados a qualquer custo.”

Fiquei ainda mais curiosa e ansiosa. E sim, como sempre, otimista.

Penso que, independente de cor, de posicionamento, o que eu quero mesmo é desenvolver minhas atividades (caso sejam dadas as condições, eis aqui uma grande questão) da melhor forma.

Associações, sindicatos, grupos, partidos políticos são necessários para nossa organização como trabalhadores. E, acima de tudo, é necessário também acreditarmos de fato nestas organizações. É vestir a camisa de verdade, defender os ideais, participar para construir, vivenciar, lutar por melhores condições de trabalho, salários justos e tudo mais. Sem falso moralismo, sem “querer se dar bem”. E isso não quer dizer necessariamente estar ligado a cores... Ou está?

Como não tenho bola de cristal, não sei prever o futuro... Não sei ao certo o que vai acontecer.

Sei é que sempre quis ser Extensionista Rural, mesmo sem saber o que era de fato, eu queria trabalhar com agricultores, sair pra campo de manhãzinha (mesmo tendo dificuldade em acordar cedo), sentir aquele cheiro bom de rio, de chuva  ou de terra.

E como é de praxe (com a chegada do final do ano) fica aqui o desejo de prosperidade e boas festas hohohoho...

Talvez isso soe como infantil ou utópico, talvez eu não saiba o que estou dizendo, mas como diz aquele personagem do filme: “Num sei, só sei que foi assim...”

Saudações Extensionistas,

Simone de Jesus Barros da Silva
Zootecnista, Técnica em Aquicultura
Extensionista Rural II
Médio Xingu - Pará - Brasil

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

EMATER-PARÁ realiza Capacitação de Agentes de ATER - Projeto Cultivando Saberes


 Interagindo as idéias

O Conhecimento através das Dinâmicas Participativas
 

Temos muito a compartilhar

O Grupo é unido e Forte !
 Agentes de ATER

Conhecendo a Experiência da UDB

 ...ainda na UDB
 ... + UDB

O Grupo estava atento...

Interação total !!
 Uma idéia, muitos resultados !!!!

 Apresentando o Diagrama de Venn

Vamos fazer parte???

Pedido de Licenciamento Ambiental Rural deve ser feito até o próximo dia 30, no Pará

O Ministério Público Federal no Pará (MPF/PA) reafirmou em comunicado que vai até 30 de novembro o prazo para que proprietários rurais do Estado façam o pedido de licenciamento ambiental rural (LAR) à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), ficando habilitadas a realizar negociações comerciais com as empresas (frigoríficos, curtumes e outros) que assinaram acordos com o MPF/PA pela carne legal.

Leia o comunicado:
 
COMUNICADO

A Procuradoria da República no Estado do Pará – PR/PA vem, por meio do presente, esclarecer que o prazo da exigência de apresentação do Licenciamento Ambiental Rural – LAR, emitido pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente – SEMA, constante nos Termos de Ajuste de Conduta firmados entre o Ministério Público Federal e as empresas que exploram atividade pecuária no Estado do Pará, encontra-se prorrogado até o dia 30 de novembro de 2010, conforme acordo anteriormente avençado.

Assessoria de Comunicação
Ministério Público Federal no Pará
ascom@prpa.mpf.gov.br

FONTE: Recebido por e-mail de Ivanildo Gonçalves