quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A extensão rural no Brasil

Por Rudá Ricci
          Mas desde 2001 que se alterou profundamente a política de extensão rural no Brasil.

          O MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) tem, agora, uma secretaria nacional de ATER e Argileu, possivelmente, será o secretário nacional. Argileu é um conhecido militante da área, que veio da EMATER de MG.

          Não há como confundir o período ACAR, quando a extensão rural foi criada sob auspício da Fundação Ford e Magalhães Pinto (só não entrou em SP porque a Nestlé impediu e até hoje tem nome diferente do resto do país... e até fonte de financiamento), com o período da PNATER.

          A ATES é uma política atrasada, corporativista, que rachou este movimento de renovação da política extensionista. Vamos abrir o jogo: foi pressão do MST e INCRA dentro do MDA. O fato é que a ATES não tem fôlego para ser executada sem o MDA e EMATERs. É tiro n'água. A ATER foi construída com todas organizações mais importantes do meio rural e todas EMATERs. É, portanto, mais nacional, abrangente, fruto de uma amplo acordo democrático de esquerda. O problema do MST é sempre este: exclusivismo. Quem luta pela reforma agrária sabe o que digo.

          O Grito da Terra é farto em ilustrações deste tipo. O problema é que o tipo de informação que chega ao grande público, conservadora ou cozida na leitura do MST, não abastece a militância de dados sobre os conflitos e diferenças neste campo.

           Aí fica MST X direita, o que é uma simplificação canhestra. Há fortes divergências entre organizações de luta pela terra e reforma agrária no Brasil. E nada se diz a respeito. Aliás, também dentro do MST. Basta acompanhar o raiovoso embate entre João Pedro e Rainha.
FONTE: Texto originalmente publicado no Blog Luis Nassif online

Nenhum comentário:

Postar um comentário