quinta-feira, 21 de julho de 2011

Emater oferece cursos para mulheres do campo em Ipixuna do Pará


Dois cursos ministrados pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (EMATER-PARÁ), com verbas do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e contrapartida do governo do estado via Pacto Federativo, capacitarão 60 mulheres de Ipixuna do Pará, nordeste do estado, no período de 11 a 22 de julho. As mulheres representam quatro comunidades do município. São agricultoras tradicionais, pescadoras e artesãs.
Os cursos fazem parte de uma série de 200 programados para beneficiar cerca de 50 mil famílias dos 104 municípios dos oito Territórios da Cidadania no Pará.  Já foram realizados 30 cursos. Do total de mais de R$ 12 milhões do Convênio, por volta de R$ 2 milhões são destinados a capacitações. “Um dos grandes desafios nesse sentido em Ipixuna ainda é a não-emancipação das mulheres campesinas. Elas ainda são subjugadas aos homens. Muitas das participantes desses cursos, por exemplo, tiveram que pedir autorização para os maridos. A palavra final continua sendo deles”, lamenta a zootecnista Swasilanne Fonseca, chefe do escritório local da EMATER-PARÁ.
A primeira formação, “Curso de Gênero”, será ministrada de 11 a 15 de julho pela assistente social Sílvia Silva, especialista em políticas públicas e colaboradora da EMATER-PARÁ. Serão 30 alunas. “É um treinamento para a interatividade e para a reflexão”, resume Silva. Ela explica que, pelas metodologias aplicadas, todas se sentam em círculo, o que facilita o entrosamento. Os temas necessariamente perpassam a situação pessoal e profissional da mulher do campo, mas os contextos em cada município são modelados de acordo com a manifestação das próprias presentes: costumam ser recorrentes histórias de violência doméstica, discriminação, desigualdade salarial, baixa escolaridade e desinformação quanto a questões de saúde.
“Nossa principal perspectiva é o ‘discernimento’: o debate defensor da igualdade de gêneros, desde em casa até no mercado de trabalho. E as melhores formas de prover essa transformação é permitindo capacitação e facilitando o acesso a informações”, diz. O segundo curso, de “Redes de Produção”, será ministrado de 18 a 22 de julho, a outras 30 mulheres,  pelo sociólogo da EMATER-PARÁ Alcir Borges, do escritório regional de São Miguel do Guamá, e pela tecnóloga em alimentos Michelle dos Santos.
O currículo se baseia no “protagonismo da mulher nas cadeias produtivas”. “Queremos provocar a identificação coletiva e a auto identificação dessas mulheres como ‘trabalhadoras’ capazes e independentes, na perspectiva das cadeias produtivas e de uma unidade regional”, diz Borges. No caso de Ipixuna, além do incentivo à mão-de-obra feminina no artesanato e na pesca, há também a consideração da inserção imediata delas no beneficiamento especializado da castanha-de-caju, ante a iminência da inauguração de uma agroindústria familiar de doces e amêndoas, o que a EMATER-PARÁ deverá efetivar no segundo semestre deste ano.
Aline Miranda - Ascom EMATER-PARÁ

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