Começa a Assembléia Geral da Asbraer em Belém
A assembléia da ASBRAER foi aberta pelo presidente da instituição Julio Zoé de Brito (C) e contou com a participação de autoridades estaduais e federais, além de 22 dirigentes das entidades oficiais de ATER
Belém – O
presidente da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência
Técnica e Extensão Rural (ASBRAER), Júlio Zoé de Brito, abriu, na manhã de hoje
(30), a 41a Assembléia Geral Ordinária da instituição na capital paraense. Ele
afirmou que acabar com a miséria no país é um dos grandes desafios da extensão
rural brasileira. “Temos um Chile — 16 ou 18 milhões — de
brasileiros abaixo da linha da miséria. Em contrapartida, temos um Portugal —
10 milhões — de agricultores familiares”, comparou Júlio Zoé a fim de dar
a dimensão do cenário que se coloca para o setor.
O
presidente da ASBRAER afirmou também que não adianta ter programas ou recursos
se não há extensão rural. Segundo ele, boa parte dos agricultores familiares
nem sequer sabe da existência do Programa Nacional de Apoio à Agricultura
Familiar (PRONAF), que este ano conta com R$ 16 bilhões para o segmento. Júlio
Zoé reafirmou que a extensão rural tem que ter um caráter permanente. Ele
reconhece que a Lei de ATER precisa ser aperfeiçoada, mas nem por isso deixa de
ser um instrumento valioso que recolocou a extensão rural na pauta política do
Congresso Nacional. “Este ano,já participamos de quatro o cinco audiências
públicas na Câmara dos Deputados”, lembrou o presidente da ASBRAER.
Participam
da assembléia 22 estados. O encontro foi prestigiado pelo presidente do Banco
da Amazônia, Abdias Júnior; pelo secretário Especial de Desenvolvimento e
Incentivo à Produção do Banco do Brasil, Sidney Rosa, e outras autoridades do
estado. O diretor do Departamento Assistência Técnica e Extensão Rural (DATER),
do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Argileu Martins, representou o
ministro Afonso Florence.
Encerrada a
cerimônia de abertura, na qual a presidente da Emater-Pará, Cleide Maria
Amorim, foi homenageada como anfitriã do encontro e por ser a primeira mulher,
em mais de 40 anos a comandar uma instituição de ATER no Pará, além ter sido
reconhecida a agrônoma do ano pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura
e Agronomia (CREA-Pará), o encontro se transformou em uma reunião de trabalho.
O principal tema é a recriação da Empresa Brasileira de Assistência Técnica e
Extensão Rural (EMBRATER), extinta no início dos anos 1990.
O
presidente Júlio Zoé informou que a ASBRAER contratou um consultor para
formatar uma proposta a ser apresentada à presidente Dilma Rousseff. Em recente
encontro ocorrido em Brasília houve um aprofundamento das discussões e do
formato que o futuro órgão de ATER deverá ter, a fim de dar coesão à política e
centralizar os recursos de assistência técnica e extensão rural dispersados
pelos diferentes organismos de governo.
O diretor
do DATER, Argileu Martins, exaltou a importância que a extensão conquistou nos
últimos anos em todo o país. Com o fim da EMBRATER, a categoria caiu no
esquecimento, embora tenha continuado o seu trabalho ao lado dos agricultores
familiares.
Hoje,
afirmou Argileu Martins, “todo mundo quer ATER — Ministério da Agricultura,
Embrapa, Ministério do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Social. A extensão
rural ganhou a densidade política que nunca deveria ter perdido”. Mas ele
reconheceu que, embora prestigiada, a extensão rural enfrenta problemas. Entre
as dificuldades, ele citou as chamadas públicas. “Como o gestor vai contratar
um profissional por 35 anos, quando o projeto em que esse extensionista vai
trabalhar terá duração apenas de 2 ou 3 anos?”, questionou o diretor.
De acordo
com Argileu, o extensionista rural trabalha com o agricultor familiar. “O
grande agricultor não precisa da gente para nada”, afirmou o diretor do DATER.
Mas diante dessa constatação, ele acredita que a categoria tem uma questão a
ser respondida: “Onde queremos chegar?” A construção da resposta exige
maturidade política.
Fonte: Ascom Asbraer
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