quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Belém do Pará sedia pela primeira vez Assembléia da ASBRAER


Começa a Assembléia Geral da Asbraer em Belém


A assembléia da ASBRAER foi aberta pelo presidente da instituição Julio Zoé de Brito (C) e contou com a participação de autoridades estaduais e federais, além de 22 dirigentes das entidades oficiais de ATER
Belém – O presidente da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (ASBRAER), Júlio Zoé de Brito, abriu, na manhã de hoje (30), a 41a Assembléia Geral Ordinária da instituição na capital paraense. Ele afirmou que acabar com a miséria no país é um dos grandes desafios da extensão rural brasileira. “Temos um Chile  — 16 ou 18 milhões —  de brasileiros abaixo da linha da miséria. Em contrapartida, temos um Portugal — 10 milhões —  de agricultores familiares”, comparou Júlio Zoé a fim de dar a dimensão do cenário que se coloca para o setor.
O presidente da ASBRAER afirmou também que não adianta ter programas ou recursos se não há extensão rural. Segundo ele, boa parte dos agricultores familiares nem sequer sabe da existência do Programa Nacional de Apoio à Agricultura Familiar (PRONAF), que este ano conta com R$ 16 bilhões para o segmento. Júlio Zoé reafirmou que a extensão rural tem que ter um caráter permanente. Ele reconhece que a Lei de ATER precisa ser aperfeiçoada, mas nem por isso deixa de ser um instrumento valioso que recolocou a extensão rural na pauta política do Congresso Nacional. “Este ano,já participamos de quatro o cinco audiências públicas na Câmara dos Deputados”, lembrou o presidente da ASBRAER.
Participam da assembléia 22 estados. O encontro foi prestigiado pelo presidente do Banco da Amazônia, Abdias Júnior; pelo secretário Especial de Desenvolvimento e Incentivo à Produção do Banco do Brasil, Sidney Rosa, e outras autoridades do estado. O diretor do Departamento Assistência Técnica e Extensão Rural (DATER), do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Argileu Martins, representou o ministro Afonso Florence.
Encerrada a cerimônia de abertura, na qual a presidente da Emater-Pará, Cleide Maria Amorim, foi homenageada como anfitriã do encontro e por ser a primeira mulher, em mais de 40 anos a comandar uma instituição de ATER no Pará, além ter sido reconhecida a agrônoma do ano pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA-Pará), o encontro se transformou em uma reunião de trabalho. O principal tema é a recriação da Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMBRATER), extinta no início dos anos 1990.
O presidente Júlio Zoé informou que a ASBRAER contratou um consultor para formatar uma proposta a ser apresentada à presidente Dilma Rousseff. Em recente encontro ocorrido em Brasília houve um aprofundamento das discussões e do formato que o futuro órgão de ATER deverá ter, a fim de dar coesão à política e centralizar os recursos de assistência técnica e extensão rural dispersados pelos diferentes organismos de governo.
O diretor do DATER, Argileu Martins, exaltou a importância que a extensão conquistou nos últimos anos em todo o país. Com o fim da EMBRATER, a categoria caiu no esquecimento, embora tenha continuado o seu trabalho ao lado dos agricultores familiares.
Hoje, afirmou Argileu Martins, “todo mundo quer ATER — Ministério da Agricultura, Embrapa, Ministério do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Social. A extensão rural ganhou a densidade política que nunca deveria ter perdido”. Mas ele reconheceu que, embora prestigiada, a extensão rural enfrenta problemas. Entre as dificuldades, ele citou as chamadas públicas. “Como o gestor vai contratar um profissional por 35 anos, quando o projeto em que esse extensionista vai trabalhar terá duração apenas de 2 ou 3 anos?”, questionou o diretor.
De acordo com Argileu, o extensionista rural trabalha com o agricultor familiar. “O grande agricultor não precisa da gente para nada”, afirmou o diretor do DATER.  Mas diante dessa constatação, ele acredita que a categoria tem uma questão a ser respondida: “Onde queremos chegar?” A construção da resposta exige maturidade política.
Fonte: Ascom Asbraer

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