cultivo comercial de Cebola, inédito no Pará
Foto: Arquivo Emater
Desde agosto deste ano, o escritório local da Empresa de Assistência
Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) em Paragominas, no
nordeste do estado, vem incentivando agricultores familiares a começar a
cultivar cebola, um dos principais ingredientes da culinária brasileira
que até então nunca tinha sido experimentado comercialmente, em nível
considerável, nos solos produtivos do Pará.
Como a cebola é uma hortaliça vulnerável ao calor, foi necessário
lançar mão de uma variedade desenvolvida para o nordeste do país, a
IPA-11.
A iniciativa, aplicada em caráter piloto na propriedade de 10 hectares
do produtor Gilson Ramos, foi demonstrada tecnicamente em 7 de dezembro
para outros 20 agricultores. “Há cinco meses implantamos uma unidade de
observação [uo]. A produtividade se revelou 60% maior do que a média no
nordeste brasileiro, talvez pela correção química e pela adubação que
realizamos”, comemora o engenheiro agrônomo Roberto Ianês, chefe do
escritório local da Emater.
Tradicional fruticultor (sobretudo de banana, maracujá e manga), Ramos
dispensou à cebola meio hectare, do qual colheu 16 toneladas. Cada
quilo foi imediatamente vendido a R$ 1, para supermercados. O lucro do
produtor chegou a 50%.
“A cebola se enquadra perfeitamente como atividade da agricultura
familiar, porque satisfaz uma necessidade alimentar das próprias
famílias e tem o custo quase todo concentrado em mão-de-obra, que é o
principal recurso que essas famílias possuem”, contextualiza Ianês.
De acordo com ele, ainda, plantar cebola casa com o atual mérito de
Paragominas como “município verde”, reconhecido tanto pelo governo do
estado quanto pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) como um movimento
recente que substituiu desmatamento histórico por ações de
sustentabilidade.
“Cebola é uma cultura de vantagem ecológica porque tem alta
produtividade, em comparação às roças típicas de subsistência, como o
milho. Um hectare de cebola, por exemplo, representa financeiramente a
colheita de 10 hectares de milho”, explica.
Texto: Aline Miranda
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