sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Paragominas começa a plantar cebola, cultivo comercial inédito no Pará


cultivo comercial de Cebola, inédito no Pará
Foto: Arquivo Emater
Desde agosto deste ano, o escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) em Paragominas, no nordeste do estado, vem incentivando agricultores familiares a começar a cultivar cebola, um dos principais ingredientes da culinária brasileira que até então nunca tinha sido experimentado comercialmente, em nível considerável, nos solos produtivos do Pará.
Como a cebola é uma hortaliça vulnerável ao calor, foi necessário lançar mão de uma variedade desenvolvida para o nordeste do país, a IPA-11.
A iniciativa, aplicada em caráter piloto na propriedade de 10 hectares do produtor Gilson Ramos, foi demonstrada tecnicamente em 7 de dezembro para outros 20 agricultores. “Há cinco meses implantamos uma unidade de observação [uo]. A produtividade se revelou 60% maior do que a média no nordeste brasileiro, talvez pela correção química e pela adubação que realizamos”, comemora o engenheiro agrônomo Roberto Ianês, chefe do escritório local da Emater.
Tradicional fruticultor (sobretudo de banana, maracujá e manga), Ramos dispensou à cebola meio hectare, do qual colheu 16 toneladas.  Cada quilo foi imediatamente vendido a R$ 1, para supermercados. O lucro do produtor chegou a 50%.
“A cebola se enquadra perfeitamente como atividade da agricultura familiar, porque satisfaz uma necessidade alimentar das próprias famílias e tem o custo quase todo concentrado em mão-de-obra, que é o principal recurso que essas famílias possuem”,  contextualiza Ianês.
De acordo com ele, ainda, plantar cebola casa com o atual mérito de Paragominas como “município verde”, reconhecido tanto pelo governo do estado quanto pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) como um movimento recente que substituiu desmatamento histórico por ações de sustentabilidade.
“Cebola é uma cultura de vantagem ecológica porque tem alta produtividade, em comparação às roças típicas de subsistência, como o milho. Um hectare de cebola, por exemplo, representa financeiramente a colheita de 10 hectares de milho”, explica.
Texto: Aline Miranda

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