quinta-feira, 17 de março de 2011

Emater-Pará divulga diagnóstico apícola de Santa Maria

O escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) em Santa Maria, nordeste do Pará, e o escritório regional de São Miguel do Guamá, jurisdição responsável, apresentaram à diretoria do órgão, instituições parceiras e agricultores familiares, em 10 de março, um diagnóstico da cadeia produtiva de apicultura do município.
O estudo, realizado em novembro e dezembro do ano passado, com a aplicação de metodologias específicas via ferramentas como softwares e GPS, tem servido de embasamento para as ações da Emater no desenvolvimento do cultivo sustentável de colméias.
 A ação tem a parceria da Federação Apícola do Pará (Fapic) e do Movimento de Mulheres do Nordeste Paraense (Mnepa).
Foram mapeados todos os 43 apiários existentes no município, por meio dos quais um número correspondente de famílias produz cerca de 22 toneladas de mel por ano. As espécies predominantes do inseto são abelhas africanizadas com ferrão e melíponas (sem ferrão). O mercado prospectado também tem potencial para abrigar outros produtos, como cera, geléia real e apitoxina.
Os principais problemas identificados na criação de abelhas em Santa Maria foram a distância incorreta entre os apiários e o manejo inadequado das colméias. Segundo Ferro, em vez dos 500 m típicos entre uma área e outra, recomendam-se em média 3 km, de modo que haja floração suficiente em torno para alimentar cada colméia (as abelhas voam livremente até a flora das redondezas, recolhem o pólen e o néctar e retornam às suas casas).
A proximidade indevida entre as colméias, com sobrecarga sobre o pasto apícola, reduz a produtividade em Santa Maria em até 50%, conforme avaliação da Emater.  A saída seria um remanejamento calculado, até porque a localização  deve levar em conta a proteção, também, de residências, escolas, outro centros sociais e grupos de animais, como rebanhos, que devem estar longe das abelhas no mínimo em 300m. Outra possibilidade é o plantio de mais árvores melíponas.
"A apicultura no estado é um mercado pronto para se agigantar, com transferência possível de tecnologia e comércio garantido, trazendo lucro considerável para o produtor" assim define o engenheiro agrônomo Henrique Ferro, supervisor do  regional da Emater em São Miguel do Guamá, .
Segundo ele, uma das grandes vantagens da atividade para a pequena agricultura é justamente a facilidade do trato: "Como em geral a agricultura familiar tem a restrição da mão-de-obra doméstica, a apicultura é muito adequada, já que, assim instalada a estrutura, o acompanhamento técnico não demanda tempo e dedicação exclusivos, e o rendimento costuma ser bastante vantajoso, com o principal produto, o mel, podendo ser vendido no Pará por até R$ 15 o quilo", esclarece.
O diagnóstico apícola de Santa Maria faz parte do Programa Nacional de Georreferenciamento Apícola (Pngeo), concebido pela Emater em 2007. Hoje, o Pngeo é conduzido pela Confederação Brasileira de Apicultura (CBA), sendo a Emater-Pará coordenadora técnica em todo o país.
Ano passado, os municípios de Capanema e Colares também finalizaram seus diagnósticos apícolas. Ao todo, mais de 500 apicultores do Pará, e suas respectivas propriedades, já foram georreferenciados.
De acordo com o chefe do escritório local da Emater em Santa Maria, o técnico em agropecuária e sociólogo Pedro Paulo Medeiros, o diagnóstico municipal está disponível para a consulta de todos os interessados, e os debates sobre os gargalos da cadeia já se iniciaram, com Emater, instituições parceiras e apicultores.
"O diagnóstico espelhou a situação, e agora é possível agir sem que seja no escuro, tomando medidas que realmente tenham sentido solucionador e alavancador da produção,com a apicultura sendo tratada como alternativa de sustentabilidade econômica e até como ferramenta de recuperação ecológica das áreas de capoeira", diz.

Texto: Aline Miranda
Fotos: Acervo da Emater
FONTE: Site EMATER-PARÁ

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