quinta-feira, 17 de junho de 2010

Seminário sobre mulheres reforça entendimento de políticas diferenciadas

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) participou, de 9 a 11 de junho, do Seminário Estadual de Política de Assistência Técnica e Relações de Gênero, em Belém.
O evento, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em parceria com a ong Sempreviva Organização Feminista (Sof), teve como objetivo discutir o papel das mulheres no meio rural, principalmente no que diz respeito ao beneficiamento por políticas públicas exclusivas e ao estímulo ao processo de independência financeira e social das agricultoras.
Outras edições regionais do Seminário, Brasil afora, acontecerão ao longo do ano. O Seminário Nacional será realizado em data ainda a ser definida.
Trinta lideranças femininas, representando todas as macrorregiões do Pará, estiveram presentes nos debates, além de agentes de ater não-estatal.
“Hoje, a ater para mulheres no Pará é diferenciada, tem sentido afirmativo, de modo a garantir o acesso delas às políticas. Faltam-lhes informação, conscientização e mentalidade de independência. Nossa luta agora se legitimou mais ainda com a homologação da nova Lei de Ater [lei federal 11.947], que expressa textualmente a inclusão das ‘mulheres’ como autênticas beneficiárias do sistema público de assistência técnica e extensão rural. O esforço da Emater é para ajudar as mulheres rurais a saírem do papel restritivo de ‘donas-de-casa dependentes dos maridos’ para que também assumam a frente do trabalho, da renda, da produção”, diz o sociólogo da Emater Alcir Borges.
Desde 2009, o trabalho da Emater quanto a mulheres é respaldado por uma rede temática ligada ao MDA, específica de “mulheres rurais”. A Empresa atende a dezenas de grupos femininos, em todas as regiões paraenses. A maioria dos projetos é de artesanato ou beneficiamento da produção agrícola.
Um dos principais desafios é a ampliação da contratação do crédito especial linha Mulher do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Empecilhos como o desconhecimento de tal facilidade por parte das mulheres, falta de documentação delas, ausência de uma suposta vida financeira pregressa e inadimplências bancárias dos maridos têm atrapalhado o acesso e até a comunicação com os agentes financeiros.
“Mas essas dificuldades são naturais do processo, que é revolucionário, porque a sociedade rural é historicamente machista. Como a diferenciação oficial de ater com mulheres é recente, assim como a criação da rede temática no MDA, podemos dizer que política interna de gêneros da Emater ainda está em construção. A fase é de diagnóstico: queremos verificar a realidade, confirmar as demandas das mulheres rurais, para daí nortearmos nossas ações, aplicarmos nossos recursos, capacitarmos direcionadamente nossos técnicos”, diz a economista da Emater Ada Lima, articuladora estadual da rede temática de mulheres.
Fonte: Portal Emater
Texto: Aline Miranda

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