terça-feira, 17 de janeiro de 2012

EMATER-PARÁ realiza capacitação em Bragança que estreita os laços entre diferentes nações


Da Redação
Agência Pará de Notícias
Atualizado em 17/01/2012 às 11:03

Diferentes culturas, línguas, religiões e povos rompendo as barreiras para compartilhar experiências e mostrar que é possível conviver de forma harmônica apesar das diferenças. É o que se tem visto desde a última segunda-feira, 16, em Bragança, nordeste paraense, durante o primeiro curso internacional de práticas de extensão agrícola oferecido pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), que reúne no município 19 estrangeiros, de 16 nacionalidades diferentes. O evento tem o apoio do Ministério das Relações Exteriores e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO/ONU).
Alguns participantes são de países que vivem em conflito, ou que, culturalmente, não respeitam outras manifestações culturais, como as sociedades islâmicas, representadas pela Indonésia, Uzbequistão, Paquistão e Marrocos, mas que estão aprendendo a conviver com as outras nações em prol do desenvolvimento e da paz. Outro fato curioso é que a capacitação da Emater também uniu Estados em conflito entre si, como a República Democrática do Congo (antigo Zaire) e Burundi, na África, ou islâmicos, como Paquistão e Uzbequistão, na Ásia.
“O meu país já sofreu muito com a guerra civil. Hoje nós lutamos para desenvolvê-lo e para produzir comida para o nosso povo. Não há tempo e nem espaço para as guerras. Queremos aprender com as diferenças e crescer”, diz Maria Isabel Omar, a participante que representa o Moçambique na capacitação da Emater. Assim como Maria, os outros participantes são agentes públicos, dos governos de seus países, que vieram buscar no Pará exemplos bem sucedidos para aprimorar a agricultura.
Ana Lima Oleide é do arquipélago de Cabo Verde e diz que no país dela não houve conflitos, mas que eles enfrentam problemas climáticos e a falta de infraestrutura para o escoamento da produção. Ela acredita que o exemplo paraense, bem como aspectos das outras culturas, poderá ser decisivo para o desenvolvimento da agricultura daquele arquipélago.
“Nosso país é composto por pequenas ilhas que estão sofrendo com o aumento do volume de água do mar e com a escassez de chuvas. Nosso território está diminuindo e, além disso, quase não temos planícies para plantar, sem falar no transporte entre uma ilha e outra, que é precário. Estou aqui para ensinar com o meu exemplo e aprender com os brasileiros e todos os outros povos”.

Diferenças superadas e respeito às culturas
O islã ainda é visto por outras culturas como um sistema extremamente radical, que não respeita o direito das mulheres de um modo geral. A realidade pode até confirmar essa crença, mas, do ponto de vista do paquistanês Sajjad Hussein, a questão cultural é impossível de ser alterada. “No meu país as mulheres trabalham na agricultura catando batatas, limpado-as, e colhendo algodão. Na maioria das vezes elas ganham 50% menos que os homens nesse trabalho. Isto é uma questão cultural que nós respeitamos enquanto agentes de extensão rural. Assim como eu respeito a cultura do Brasil ou a dos outros países. O que estou aprendendo na capacitação também me mostra que eu devo respeitar essa cultura, sem rejeitá-la, e aprimorar os métodos com meios que consigam atender as necessidades daquela comunidade”, acredita o representante do Paquistão.
Da mesma forma, Mohammed Gamal, da Indonésia, país predominantemente islâmico, afirma que as diferenças entre as culturas existem, mas devem ser observadas com curiosidade, afim de que se possa extrair delas experiências e conhecimentos que sirvam para o crescimento das demais sociedades. “O meu país é 60% agrícola. O que eu quero aqui é trocar informações, aprender e conhecer as experiências de cada país, principalmente a do Brasil, aqui no Pará, para somar ao desenvolvimento da minha terra. Tudo o que for positivo para a minha cultura será bem vindo”, conclui o indonésio, especialista em Geologia.
Proposta de integração
A pedagoga do Núcleo de Metodologia e Comunicação da Emater, Ivonete Alves, explica que o método utilizado na capitação propõe a interação em tempo integral de todos os participantes, diminuindo as barreiras culturais ou diferenças que possam existir entre eles. “O ambiente e as atividades do curso exigem a participação de todos, interagindo entre si, seja nas aulas teóricas ou nas práticas, nas quais eles têm a oportunidade de conhecer os projetos que desenvolvemos nas comunidades agrícolas da região bragantina”, ressalta. Todos os 19 participantes estão alojados na Unidade Didático-Agroecológica da Emater, em Bragança, onde também assistem as aulas.
Texto:
Thiago Melo - Secom
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