Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Pará foi responsável por
quase um terço do desmatamento da Amazônia registrado em agosto. Dos 164
quilômetros quadrados (km²) de floresta derrubados no período, 52,8 km²
estavam no estado, de acordo com os números divulgados hoje (3) pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Mato Grosso e Rondônia aparecem em
seguida, com 47,8 km² e 22,92 km² de floresta derrubados em agosto,
respectivamente. O Inpe também registrou 21,7 km² de novos desmatamentos no
Amazonas, 10,8 km² em Roraima e 5,2 km² no Acre. Em Tocantins, foi desmatado no
período a área de 1,88 km² e no Maranhão, 0,49 km². Em agosto, os satélites
conseguiram observar quase toda a área da Amazônia Legal, porque apenas 3% do
território estavam encobertos por nuvens.
O Pará tem liderado o ranking mensal
de desmatamento desde junho, segundo dados do sistema de Detecção do
Desmatamento em Tempo Real (Deter). De janeiro a agosto de 2011, o estado
acumula 399 km² de novas áreas desmatadas, e só fica atrás de Mato Grosso, que
soma 769 km² por causa de um pico da devastação em abril, que levou o governo a
instalar um gabinete de crise e reforçar as operações de fiscalização na
região.
Na avaliação da taxa de desmatamento
anual, consolidada por outro sistema do Inpe, o Projeto de Monitoramento do
Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), os números do Pará também aparecem
na frente. Em 2010, o estado desmatou sozinho 3.770 km², mais da metade de toda
a derrubada registrada na Amazônia Legal no período. Os demais oito estados do
bioma desmataram, juntos, 3.230 km². “Há queda significativa em todos os
estados, menos no Pará”, resumiu o diretor do Inpe, Gilberto Câmara.
O Pará tem 16 municípios na lista das
48 cidades que mais desmatam a Amazônia. A ministra do Meio Ambiente, Izabella
Teixeira, defendeu, durante a apresentação dos dados do Inpe, mais articulação
com as prefeituras para combater o desmatamento, principalmente as derrubadas
menores, espalhadas em pequenos polígonos, mais difíceis de identificar pelos
satélites que medem a devastação.
“Temos que construir um entendimento com prefeitos para uma
ação mais integrada de combate ao desmatamento ilegal nos 48 municípios
prioritários, com enfrentamento e políticas inovadoras para reduzir o desmate
ilegal.”
Edição: Lílian Beraldo
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