Estudo mostra o futuro drástico dos igarapés da Amazônia.
Nadson Oliveira |
Os
processos de urbanização de forma desordenada têm tido um papel
fundamental nos danos ambientais ocorridos nas cidades. O rápido
crescimento causa uma pressão significativa sobre o meio físico urbano,
com conseqüências como: poluição atmosférica, do solo, das águas,
deslizamentos, inundações, etc., culminando em um cenário onde as
aglomerações possuem altos índices de ocupação informal, carente de
infra-estrutura e serviços, caracterizando os assim chamados
assentamentos urbanos precários. No município de Itupiranga uns dos
principais vetores de pressão sobre o meio ambiente é a ocupação
irregular e as pastagens em áreas que deveriam ser de preservação
permanente, incluindo nestas as margens dos igarapés. Nestas áreas
tem-se o Igarapé da Cigana, importante afluente local do Rio Tocantins.
Este igarapé, como tantos outros da região, apresenta problemas de
poluição e ocupação irregular sendo, portanto de extremo interesse o
levantamento do quadro atual do uso e ocupação do solo ao longo deste.
Devido
à falta de moradia e até mesmo o interesse econômico, no Município de
Itupiranga, vem acontecendo invasões em APPs, sendo que essas áreas são
de extrema importância para a manutenção dos mananciais que existem na
região, por apresentar grande número de nascente as quais fazem parte da
microbacia do Igarapé da Cigana, importe afluente da margem esquerda do
rio Tocantins. Cerca de 200 famílias, no final do ano de 2008, passaram
ocupar uma grande área, a qual engloba a mata ciliar desse rio, e
construíram suas moradias (assentamento precários) nas faixas marginais
dos cursos d’água, áreas consideradas de preservação permanente,
causando uma pressão significativa. Esta ocupação acarretou na retirada
da vegetação arbórea nativa, deixando os cílios do igarapé desprotegido,
levando ao assoreamento e futuras inundações no período chuvoso.
As
APPs localizadas ao redor das nascentes e cursos d’água têm função
ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade
geológica, a biodiversidade. Descritas no artigo 2° e 3° do Código
Florestal, lei n°. 4.771/65, estas áreas, independente de estarem ou não
revestidas com vegetação nativa, pública ou privadas, resguardam
amostras significativas de ambientes naturais, características que devem
ser perpetuadas e por tanto, não podem ter nenhum tipo de exploração
dos recursos naturais.
Os peixes de pequenos igarapés
possuem um grande atrelamento com as matas ciliares (APPs), tanto para a
obtenção de alimentos, como insetos e frutos que caem na água, quanto
para obtenção de proteção e abrigo, fornecido pelas folhas, galhos e
troncos. Nos córregos e pequenos igarapés existem uma enorme quantidade
de espécies de pequeno porte e também de alevinos.
Nadson Silva Oliveira
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
2009
FONTE: Publicado originalmente no Blog Pesca Artesanal Amazônica
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