Espaço destinado à Agricultura Familiar e à Extensão Rural. Aqui, trocaremos informações, relataremos experiências e criaremos um ambiente saudável e democrático de discussões sobre todas as questões ligadas ao meio rural. Vamos aproveitar para interagir idéias!
sábado, 28 de abril de 2012
quinta-feira, 26 de abril de 2012
"O índice de câncer onde mais utilizam agrotóxicos é muito maior que o mundial"
"O índice de câncer onde mais utilizam agrotóxicos é muito maior que o mundial"
Por ascom-apacc
A batalha contra a intensa utilização de
agrotóxicos no país ganhou também o Congresso Nacional. No final de 2011, a
Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados aprovou um
relatório que revela os riscos desses venenos para a saúde humana e ambiental.
Após mais de seis meses de trabalho de investigação
e de escuta de todos os setores envolvidos na produção, comercialização,
utilização e pesquisa dos agrotóxicos, a subcomissão criada especialmente para
estudar o tema concluiu que o ideal é que esses produtos parem totalmente de
ser usados na agricultura do país.
O deputado Padre João (PT-MG), autor do relatório,
conta, nessa entrevista, as falhas que os parlamentares encontraram na
legislação brasileira, as contradições nos discursos dos defensores dos
agrotóxicos e as alternativas ao uso desses venenos, vistas de perto pelos
deputados.
A entrevista é da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) e publicada na página da Fiocruz. Eis a entrevista.
O relatório da subcomissão especial sobre o uso de
agrotóxicos e suas consequências à saúde aponta que quando se fala de
substâncias tóxicas, como os agrotóxicos, não há como suprimir o risco
envolvido na utilização desses produtos, apenas reduzi-lo a níveis aceitáveis.
O Brasil hoje utiliza agrotóxicos de forma a reduzir os riscos a níveis
aceitáveis?
Infelizmente não. E esse é um aspecto muito
delicado, porque estamos falando de algo que está sendo ingerido junto com
nossa alimentação. Não temos o controle sobre o uso dos agrotóxicos nem na
produção, nem na comercialização, muito menos na utilização desses venenos, que
é feita intensamente no campo e até mesmo nas cidades, onde existem as tais
capinas químicas (método de controle da vegetação com o uso de agrotóxicos).
Então, os agrotóxicos atingem diretamente o campo e a cidade e, indiretamente,
toda a população brasileira na forma de resíduos nos alimentos.
Qual a dimensão do risco que a população brasileira
está correndo?
Infelizmente somos os campeões no consumo de
agrotóxicos, e esse título não gostaríamos nunca de carregar. Levando-se em
conta toda a América Latina, 80% de todo o agrotóxico é consumido aqui no
Brasil, apesar de haver outros países vizinhos com produção agropecuária, como
a Argentina. Trata-se de um grande problema que nós temos no dia-a-dia e a
população não tem clareza desse risco.
O pessoal do agronegócio e, infelizmente, alguns
setores da academia insistem em dizer que não há problema em utilizar
agrotóxicos. Mas precisamos pensar: recomendamos às pessoas que comam frutas,
porque elas têm miligramas de vitaminas e nutrientes. Apesar de serem pequenas
partículas dentro de uma fruta, esses nutrientes são importantes para o
organismo. Uma laranja, por exemplo, tem alguns miligramas de vitamina C. É
algo pequeno, mas isso tem efeito positivo para a saúde das pessoas, mesmo que
seja a médio e longo prazo.
Agora, quando pensamos em termos de resíduos dos
agrotóxicos, também estamos falando de partículas pequenas que são consideradas
toleráveis. Porque vamos acreditar que, após 30, 40 anos de ingestão, esses
resíduos não causam impacto negativo em nossa saúde, da mesma forma que os
miligramas de nutrientes das frutas exercem impacto positivo? É um absurdo a
própria academia insistir na tese de que há níveis toleráveis de agrotóxicos e
que essas quantidades não têm efeito negativo em nossa saúde, se nós ingerimos
alimentos com diversos tipos de agrotóxicos e tudo isso se reúne em nosso
organismo.
O relatório fala das dificuldades em comprovar a
relação entre o uso de agrotóxicos e o surgimento de doenças, apesar de várias
evidências. A subcomissão realizou uma ausculta pública na cidade de Unaí (MG),
onde são diagnosticados cerca de 1.260 casos de câncer por ano em cada 100 mil
pessoas, enquanto a média mundial não ultrapassa 400 casos. Ainda são
necessárias novas evidências da relação de causa e efeito entre o uso de
agrotóxicos e doenças como o câncer e outras?
Nós temos algo bem evidente. Vimos situações,
sobretudo no Noroeste de Minas Gerais, na região de Unaí, de pessoas que
perderam um rim. Quando essa intoxicação por agrotóxicos é direta ou aguda, ela
apresenta um efeito nítido que provoca a perda do rim, além de problemas na
pele e outras doenças.
Mas o grande problema são os efeitos a médio e
longo prazo, sobretudo para quem tem essa convivência ainda maior, embora todos
nós sejamos atingidos quando ingerimos os alimentos. Os defensores dos
agrotóxicos insistem em dizer que não existe essa relação entre esses venenos e
as doenças, mas isso ficou muito claro para nós da subcomissão nas regiões onde
há utilização em grande escala e muito concentrada dos agrotóxicos, como no
Noroeste de Minas Gerais, na região do Jaíba (Norte de Minas Gerais), em Lucas
do Rio Verde (GO), em Mato Grosso e em Petrolina (PE).
Está claro que o índice de câncer nessas regiões
está muito maior do que o índice mundial, então, o nexo causal é muito
evidente. Outro grande problema que percebemos é que existe um lobby muito
forte sobre os próprios profissionais de saúde para que eles não registrem os
casos de intoxicação. Temos depoimentos do Leste de Minas Gerais informando que
uma pessoa morreu intoxicada por agrotóxicos em uma lavoura de café, e no atestado
de óbito constou como infarto. É possível que haja responsabilização criminal em
casos como esse?
É importante destacar que se trata de um crime. Por
isso, temos propostas de projetos de lei e, entre eles, um projeto que tipifica
essa subnotificação do profissional de saúde como uma infração sanitária grave.
A punição recairia, nesse momento, sobre o profissional de saúde porque é dele
que parte a prova. Daí, seria desencadeada uma série de outros processos, mas,
sem essa prova, ficamos nesse dilema.
Então, a raiz do problema é a subnotificação. Se
reduzirmos isso, vamos ter dados precisos e poderemos envolver todos os
responsáveis - o proprietário da lavoura, quem vendeu o agrotóxico sem
orientação, as empresas produtoras. Hoje, temos um quadro de subnotificação
generalizada. Infelizmente, falta capacitação para os médicos e enfermeiros.
Apenas agora, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), junto ao
Ministério da Saúde, fará a capacitação com formação à distancia para cerca de
400 profissionais de saúde. A previsão é que essa formação seja ampliada a cada
semestre, mas ainda assim falta capacitação na própria academia, na grade de
formação dos cursos dos profissionais de saúde.
Após a conclusão dos trabalhos da subcomissão é possível avaliar se a legislação brasileira é muito permissiva aos agrotóxicos ou se o problema está mesmo no descumprimento da legislação vigente? Ela é permissiva no que diz respeito aos incentivos, como a isenção de impostos. Há uma política de incentivo ao uso de agrotóxicos baseada na tese do abastecimento, do Brasil como celeiro do mundo. Com uma visão muito equivocada de segurança alimentar, como se segurança alimentar fosse apenas quantidade e não visasse também qualidade, essa tese leva a essa quantidade de isenções.
Por outro lado, as legislações que existem sobre
pulverização aérea, por exemplo, e o próprio receituário agronômico não são
cumpridas e não há uma fiscalização.
O aparato fiscalizador do nosso país chega a ser
ridículo. Temos 90 técnicos capacitados para isso, somando os profissionais da
Anvisa, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) e Ministério da Agricultura e Pecuária. E dentro desses 90,
menos de 50 efetivamente fiscalizam. Isso para um país continental, onde a
agricultura e a pecuária são muito fortes, não é nada, não dá para atender nem
uma unidade da federação.
Então, temos que aprimorar a legislação. Por isso,
o próprio relatório traz algumas propostas e ainda estamos estudando outras,
porque se viessem todas no bojo do relatório nós teríamos problemas para
aprová-lo por causa do lobby que existe também no próprio Congresso. Mas nada
adiantará se não estruturarmos esse aparato fiscalizador, seja do Meio Ambiente
- e aí seria o Ibama e a Agência Nacional das Águas (ANA), que não tem nenhum
controle e nenhuma informação sobre a contaminação das águas pelos agrotóxicos
-, seja da Saúde, com a Anvisa e também no campo da saúde do trabalhador, além
do próprio Ministério da Agricultura e Pecuária.
Os fiscais do Ministério do Trabalho não têm
nenhuma capacitação para lidar com a contaminação dos trabalhadores e a
qualidade de vida deles em relação aos agrotóxicos. Também em relação à
fiscalização, sugerimos que o receituário agronômico tenha cinco vias, ao invés
das duas que possui atualmente, de maneira que uma via seja enviada
obrigatoriamente para os governos dos estados e outra para o governo federal.
Já existe uma lei sobre a necessidade do receituário, mas ela não foi bem
regulamentada e, por isso, estamos propondo novos projetos de lei, para que a
fiscalização funcione de fato e possamos penalizar quem se omitir nas
informações.
No relatório, a subcomissão observa também que,
apesar dos riscos, as autoridades brasileiras acreditam que os benefícios
advindos dos agrotóxicos na produção agrícola superam os malefícios. Como
superar esse pensamento?
Esse pensamento está no bojo dessa tese: ‘agora
chegaremos a 7 bilhões de seres humanos, então, temos que produzir alimentos e
não há como produzir hoje sem agrotóxicos'. E isso não é verdade. Se, de um
lado, a maioria pensa assim, tem outra parte que pensa diferente e já vem, na
prática, buscando a superação do uso dos agrotóxicos.
Durante as audiências públicas e as visitas,
fizemos questão de ir também em áreas de produção orgânica, que estão
produzindo com qualidade e regularidade e cuja produção hectare/ano está
superando aquelas que utilizam os agrotóxicos, até em produções como a de
cana-de-açúcar. Recebemos proprietários de grandes usinas, que estão produzindo
mais de 120 toneladas hectare/ano de cana, em uma média de 100 hectares.
Visitamos também a fazenda Malunga, no entorno de Brasília, e pudemos constatar
a produção em grande escala que é feita lá, com mais de 100 trabalhadores,
produzindo sem agrotóxicos.
Então, esse pensamento das autoridades brasileiras
é consequência de uma cultura que veio ganhando espaço através das
universidades desde a década de 1970, com a superação das sementes criollas,
tudo muito bem montado pelas multinacionais. São as mesmas empresas que já
conhecemos, como Monsanto, Syngenta e Dow, cuja força nas universidades desde a
década de 1970 violentou a agricultura tradicional e familiar, levando a uma
ruptura cultural violenta. As próprias empresas de assistência técnica também
ficaram reféns dessas multinacionais dos agrotóxicos.
Eu não estava no Congresso na legislatura passada,
mas nossos deputados e senadores foram enganados quando aprovaram os
transgênicos, com o discurso que iriam reduzir o uso dos agrotóxicos. Essa era
a tese do agronegócio, uma mentira. Hoje, dobramos o consumo de agrotóxicos e,
mesmo quem produz transgênicos, precisa utilizar agrotóxicos e em grande
escala. Enganaram o Congresso.
Que políticas públicas seriam necessárias para que
outro tipo de agricultura fosse potencializada no país? Nós já fizemos algumas
recomendações ao governo federal, reforçamos, por exemplo, a necessidade de
avançar na pesquisa e na assistência técnica para a produção agroecológica
porque quando dizem não dá para produzir sem veneno, na verdade, o que falta é
assistência técnica porque toda a assistência e toda a pesquisa estão voltadas
para a produção com agrotóxicos.
É lamentável quando visitamos algumas áreas e os
próprios agricultores estão fazendo experimentos sem o uso de agrotóxicos. Não
cabe ao agricultor fazer experimentos, cabe ao Estado Brasileiro propiciar isso
através das empresas de pesquisa e garantir ao agricultor uma assistência
técnica para dar segurança para aquele investimento que ele está fazendo.
É lamentável que apenas 22% dos produtores rurais
do país tenham assistência técnica. Outro dado importante é que em algumas
áreas rurais os índices de analfabetismo chegam a 25%. Então, um público com
alto percentual de analfabetismo, sem assistência técnica, está lidando com
veneno no dia-a-dia. São trabalhadores e trabalhadoras reféns dessas
multinacionais.
Por isso, além de avançar na assistência técnica,
temos também que aumentar os impostos para essas empresas, porque trazem
prejuízos à saúde, ao Sistema Único de Saúde (SUS), à Previdência Social. São
muitos trabalhadores obrigados a se aposentar de maneira prematura. Portanto,
os agrotóxicos trazem grande prejuízo para o povo brasileiro e, ainda assim,
recebem incentivos. Temos que dar incentivo é para a produção agroecológica,
que produz alimentos que garantem saúde e vida para o povo. Infelizmente, a
produção agroecológica não tem incentivo.
A Revista Veja publicou recentemente uma matéria
com o título ‘A Verdade sobre os agrotóxicos'. A publicação diz que esses
produtos não representam riscos à saúde. Além disso, utilizando como fonte o
coordenador geral de agrotóxicos do Ministério da Agricultura, Luís Eduardo
Rangel, a revista afirma que o registro dos agrotóxicos no país é muito caro. O
que o relatório aponta sobre isso?
Essa matéria da Veja não me espanta. É ridícula e
não corresponde à realidade da vida, dos trabalhadores do campo e do povo
brasileiro. O valor pago pelo registro no Brasil é irrisório se compararmos com
o custo do registro nos Estados Unidos, por exemplo. Inclusive, estamos com
projetos para aumentar o valor da taxa, tanto para o registro, quanto para a
avaliação. E exigimos também a reavaliação dos agrotóxicos a cada cinco anos.
Atualmente, o produto fica registrado por um tempo indeterminado e não tem
acompanhamento dos riscos para determinar se ele precisa ser retirado ou não do
mercado.
O relatório apresenta também dados sobre a
destinação final das embalagens dos agrotóxicos. Qual a dimensão desse problema?
Esse é um problema muito grave. Os dados que as empresas apresentaram de
retorno das embalagens vazias de agrotóxicos não correspondem à verdade. O
Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), fundado pelas
próprias empresas, trabalha com um número bem menor do que o total das empresas
de agrotóxicos no Brasil. Eles trabalham com menos de 100 empresas, e, no
total, são 136 com registro no país.
Outro problema sério é quando o estabelecimento
comercial obriga o agricultor a assinar um termo de compromisso que o
responsabiliza pela entrega da embalagem no posto de recolhimento estipulado
pelas empresas. Muitas vezes, esse posto está distante 300 quilômetros da
propriedade rural. Tem estado com apenas um posto de coleta.
Então, é algo totalmente precário, recolhem o
mínimo e insistem que coletam 94% das embalagens. E essa embalagem não coletada
é reutilizada na própria lavoura, como eu disse anteriormente, pelo problema do
analfabetismo e da falta de orientação. De forma inocente, as pessoas
reutilizam as embalagens para uso doméstico, em currais, e até para armazenar
alimentos.
Outro apontamento do trabalho da subcomissão é uma
maior integração entre os setores responsáveis pela fiscalização dos
agrotóxicos e os órgãos estaduais. Mas sabemos que há um pensamento
predominante de defesa do agronegócio e de métodos deste modelo de produção que
tem se mostrado prejudiciais à saúde humana e ambiental. Como potencializar a
fiscalização dos agrotóxicos diante desse quadro de governos que defendem as
práticas do agronegócio?
Só vamos ter essa realidade quando a população
tomar consciência de que ela está sendo envenenada a cada dia. Nesse sentido,
eu saúdo o cineasta Silvio Tendler que, com o filme ‘O Veneno está na mesa ',
aborda essa realidade. A população é tem que criar essa consciência coletiva e
dar um basta. Não dá para esperar isso dos governos e dos políticos porque
essas empresas também financiam campanhas políticas.
No próprio Congresso, a maioria está em defesa do
agronegócio, que não abre mão da utilização de veneno na produção de alimentos.
E é lamentável quando temos uma mesma empresa que mata o povo com uma mão e dá
o remédio com a outra. A Bayer, por exemplo, ao mesmo tempo que fabrica
venenos, também produz medicamentos. Essa legislação precisa ser revista com
urgência.
A conclusão do relatório aponta que o ideal seria o
banimento total dos agrotóxicos e que isso pode acontecer a médio e longo
prazo. De que forma isso pode ser feito? Eu não posso dizer que essa mudança
será em 10 ou 20 anos, mas acredito e vou lutar por ela. Quem diria que a
Alemanha daria um basta à energia nuclear, com a meta de em 2020 não ter
nenhuma usina nuclear funcionando? E justo em um país que não tem
disponibilidade solar e de recursos hídricos, mas está criando condições para
ter energia renovável.
Eu acredito que um país como o nosso, com terra
fértil, água e com tantos experimentos bem sucedidos na produção agroecológica,
conseguirá alimentar não só os 200 milhões de brasileiros, mas dar uma grande contribuição
para todos os outros continentes na produção de alimentos que vão garantir
saúde e vida para o povo.
Hoje, a grande produção está enganando a população,
porque a pessoa compra pimentão, mas está comprando pimentão mais veneno. E
muitos ainda não têm a clareza de que não basta apenas lavar o alimento. Isso
retira apenas o resíduo externo, não o veneno, que está impregnado no alimento.
Precisamos de uma posição do governo federal, junto com o Congresso, para banir
de vez a utilização de agrotóxicos.
Por isso, é urgente avançarmos na pesquisa e na
assistência técnica para produção agroecológica. As indicações da subcomissão
já foram encaminhadas aos diversos setores do poder público. Agora, iremos
trabalhar cada uma delas fazendo gestões nos ministérios para os quais foram
feitas as recomendações, além da Secretaria Geral da Presidência da República e
da Casa Civil. O que nos alegra é que o próprio secretário geral da Presidência
da República, Gilberto Carvalho, cultiva uma produção agroecológica em seu
sítio e tem essa consciência.
Esperamos buscar dentro do próprio governo pessoas
que tenham essa consciência e possam entrar nessa luta. A Fiocruz, a Anvisa,
algumas universidades que já estão comprometidas, os movimentos sociais, todos
são estratégicos. Temos que unir o campo e a cidade para criarmos as condições
para a superação do uso de agrotóxicos, já que nossa vida depende do que
comemos e bebemos.
segunda-feira, 23 de abril de 2012
EMATER-PARÁ reforça quadro técnico em Bagre
A EMATER-PARÁ visando atender a Chamada Pública do INCRA incrementou a Equipe Técnica do Escritório Local de Bagre, a partir da contratação de 16 novos técnicos, são Engenheiros Agrônomos, Pedagogos, Engenheiros Florestais, Técnicos em agropecuária, Técnicos em aqüicultura e Técnologos em Meio Ambiente.
O quadro multidisciplinar vai realizar durante 12 meses a construção do Plano de Desenvolvimento dos Assentamentos Agroextrativistas, assim como prestará Assistência Técnica e Extensão Rural a mais de 700 familias.
1ª Conferência Nacional de Ater define novas estratégias para a extensão rural no Brasil
Começa
hoje e vai até dia 26, em Brasília, a 1ª Conferência Nacional sobre Assistência
Técnica e Extensão na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária (Cnater). Na
oportunidade serão definidas propostas que constituirão as estratégias,
diretrizes e prioridades para o Programa Nacional de Assistência Técnica e
Extensão Rural (Pronater), programa do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)
que auxilia o agricultor familiar a melhorar sua produção e qualidade de vida.
Nesta segunda (23), serão realizadas as plenárias e a aprovação do regulamento
da conferência. A abertura oficial será nesta terça-feira (24), às 8h30, com a
presença do ministro Pepe Vargas.
Na Cnater serão discutidas estratégias em relação
ao desenvolvimento rural sustentável, à diversidade da agricultura familiar e à
redução das desigualdades, políticas públicas, gestão, financiamento, demanda e
oferta de serviços, metodologias e abordagem. Estas serão firmadas no Relatório
Final da Conferência, na Declaração Política, e nas moções.
A 1ª Cnater é promovida pelo Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA), pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural
Sustentável (Condraf) e pelo Comitê Nacional de Assistência Técnica e Extensão
Rural (Cnater) e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Participam do evento nacional 699 delegados (eleitos nos estados), com direito
a voz e voto, sendo 619 eleitos nas Conferências Estaduais e 80 delegados natos
(representantes do governo federal, conselheiros do Condraf e do Comitê de
Ater), além de cem convidados - representantes dos Conselhos Estaduais de
Desenvolvimento Rural, delegacias do MDA, superintendências estaduais do Incra,
conselho nacionais, sociedade civil organizada, poder público - e observadores.
O evento abordará cinco eixos: Ater para o
Desenvolvimento Rural Sustentável; Ater para a Diversidade da Agricultura
Familiar e a Redução das Desigualdades; Ater e as Políticas Públicas; Gestão,
Financiamento, Demanda e Oferta dos Serviços de Ater e Metodologia de Ater.
Durante as etapas preparatórias foram mobilizados
cerca de 40 mil participantes, entre representantes governamentais e da
sociedade civil, distribuídos em 26 conferências estaduais e uma no Distrito
Federal, sete conferências temáticas, 160 conferências territoriais e duas
conferências municipais, que geraram contribuições aos documentos-base
estaduais.
Extrativistas, quilombolas, mulheres, população
jovem e todos os segmentos diretamente interessados em um melhor serviço de
Ater no Brasil participaram de discussões sobre as mudanças necessárias para o
sistema de Ater em seminários temáticos nos estados. Uma vez que Ater é um
processo fundamental e estratégico para o desenvolvimento sustentável no meio
rural brasileiro, os segmentos levaram suas contribuições para os eventos
preparatórios à conferência nacional.
Segmentos
Durante o seminário de Assistência Técnica e
Extensão Rural Indígena, foram levantadas propostas por representantes de 22
povos indígenas de 15 estados brasileiros em evento que reuniu líderes de
comunidades nativas, membros do governo federal e de diversas entidades. As
principais propostas apresentadas foram promover o cooperativismo, incentivar
atividades produtivas de baixa emissão de carbono em terras indígenas e ampliar
a participação de indígenas nos processos de construção das políticas públicas.
Já o encontro que reuniu em Brasília extrativistas
de reservas florestais, pesca marinha e de regiões ribeirinhas, além de
técnicos de organizações não governamentais (ONGs) e das empresas de
assistência técnica rural, contribuiu para levantar diretrizes que respeitem e
valorizem os povos extrativistas, a sua cultura e o cuidado que têm com a
natureza, de forma a atender suas especificidades.
Entre as contribuições da Conferência Temática de
Juventude Rural, está a criação de oportunidades para os jovens continuarem
vivendo no campo, com uma oferta de Ater que promova o acesso a tecnologias de
produção sustentável, numa perspectiva de transição para uma matriz produtiva
agroecológica, aliada ao acesso à terra, crédito e educação.
Contexto
Contexto
A 1ª Cnater acontece num momento de debate sobre a
reestruturação de todo o sistema de Ater no país. "Estamos num momento
estratégico para a qualificação do serviço de assistência técnica e extensão
rural para os agricultores e agricultoras familiares. As conferências,
territoriais estaduais e a nacional estão previstas na Lei 12.188 e possibilitam
um amplo debate, principalmente com o público beneficiário, os representantes
dos agricultores, com os próprios agricultores, com as entidades que ofertam os
serviços de Ater, com os movimentos sociais, que apontam diretrizes, de modo
que os governos e principalmente o MDA, a partir dessas diretrizes, venham
qualificar sua relação, seus sistemas e a operacionalização da Política
Nacional de Assistência Técnica e Extensão rural (Pnater)", explica o
diretor do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural da Secretaria
da Agricultura Familiar (SAF/MDA), Argileu Martins.
"As conferências permitem ao governo federal,
por meio do Ministério do Desenvolvimento Agrário, ouvir os diversos atores do
processo e, a partir daí, construir instrumentos que qualificam esse serviço
tão importante para que as famílias acessem as políticas públicas, para que
ocorra a inovação tecnológica no campo e para que essas famílias tenham mais
renda e vivam melhor", explica o diretor.
Extensionista
O Brasil possui hoje cerca de 20 mil extensionistas
rurais. São agrônomos, veterinários, sociólogos, zootecnistas, economistas
domésticos, assistentes sociais, engenheiros ambientais e outros profissionais
que levam informações técnicas a agricultores e cooperativas para que possam
melhorar a produção e a qualidade de vida no meio rural. Esses técnicos atuam
ao lado dos produtores apresentando inovações tecnológicas e prestando
assistência para a produção, auxiliando o agricultor em seu crescimento.
Assistência
técnica e extensão rural são fatores imprescindíveis para a agricultura
brasileira e são esses serviços que orientam e garantem a mais adequada
aplicação de recursos das atividades produtivas, além de levarem as diversas
políticas públicas para os agricultores.
Serviço:
O que: 1ª Conferência Nacional sobre
Assistência Técnica e Extensão na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária (1ª
CNATER)
Data: 23 a 26 de abril
Local: Centro de Convenções Ulysses Guimarães
Data: 23 a 26 de abril
Local: Centro de Convenções Ulysses Guimarães
Programação
23 de
abril de 2012 - Segunda-feira
16h às 18h - Plenária de Aprovação do Regulamento da Conferência
16h às 18h - Plenária de Aprovação do Regulamento da Conferência
24 de
abril de 2012 - Terça-feira
08h30 às 09h30 – Conferência de Abertura. Tema: Ater para o Desenvolvimento do Brasil Rural
09h30 às 12h30 - Painel – Ater: Desafios e perspectivas para a 1ª Cnater
14h às 18h - Comissões Temáticas (Salas 1 a 10)
08h30 às 09h30 – Conferência de Abertura. Tema: Ater para o Desenvolvimento do Brasil Rural
09h30 às 12h30 - Painel – Ater: Desafios e perspectivas para a 1ª Cnater
14h às 18h - Comissões Temáticas (Salas 1 a 10)
25 de
abril de 2012 - Quarta-feira
08h30 às 12h30 - Comissões Temáticas (Salas 1 a 10)
14h às 17h – Plenária por eixo (Salas 1 a 5)
17h às 18h – Leitura das Moções
08h30 às 12h30 - Comissões Temáticas (Salas 1 a 10)
14h às 17h – Plenária por eixo (Salas 1 a 5)
17h às 18h – Leitura das Moções
26 de
abril de 2012 - Quinta-feira
08h30 às 13h - Plenária
14h30 às 17h - Plenária
17h às 18h - Leitura e Aprovação de Declaração da Conferência
18h às 19h - Solenidade de Encerramento
08h30 às 13h - Plenária
14h30 às 17h - Plenária
17h às 18h - Leitura e Aprovação de Declaração da Conferência
18h às 19h - Solenidade de Encerramento
quarta-feira, 18 de abril de 2012
XINGU
À BEIRA DO XINGU
andré costa Nunes
Havia
acabado de chover naquela tarde em Altamira. Chuvinha besta de agosto
pra setembro. Nesta época floresce o pau d’árco, que no Sul chamam de
Ipê. Explode em copas de cores muito vivas quebrando a imensidão verde
da mata. Roxo e amarelo. Mais amarelos do que roxos. É também quando as
tartarugas e tracajás sobem às praias para desovar. Exatamente depois de
uma chuvinha como essa, os machos, capitaris sobem à praia para,
diz-que, com a ponta do rabo, curto, grosso e pontiagudo, traçar um
risco delimitando o sítio seguro até onde as fêmeas podem fazer as covas
e depositar os ovos. Ali seria o ponto em que as águas do inverno não
atingiriam. Pelo menos até a eclosão dos ovos.
Alguns
esparsos barcos, pequenos, rabudos, cheios de passageiros, alguns com
guarda-chuvas, principalmente mulher barriguda ou com criança verde no
colo, cruzam o rio e a tarde, em quase toda a extensão da Rua da Frente.
Vêm
do Baixo, da Ilha da Fazenda, embora o movimento maior seja com a Terra
dos Assurinins, na margem direita do Xingu, esses não passam por ali.
Contornam a parte de cima da Ilha do Arapujá. São voadeiras velozes, e
até balsas atravessando carros e gente. Caminhões e carretas de
madeireiros. Automóveis. Progresso.
Nunca
fiz essa travessia por ali, nem andei de balsa ou voadeira veloz,
moderna com capota e poltrona. Não, por qualquer sentimento de aversão
ou preconceito, mas talvez por falta de oportunidade. Aquela parte não
está nas minhas lembranças, na minha história.
Debrucei-me
na mureta ainda molhada do cais à espera do resto da turma. O primeiro a
chegar foi o Dimas do Seu Carlos Soares. Logo depois, juntos, vieram o
Élio do Miguez, o Sabá do Janga, o Eduardo Besouro e o Zé do Mané Paulo.
Sobrenome por lá era desse jeito. Identificava o cabra e a cepa.
Não
foi o encontro efusivo da turma de moleques de sempre. Dizíamos que
nunca iríamos envelhecer. Até ensaiamos descer lépidos a escada
escorregadia, íngreme e estreita colada ao paredão que ia dar na praia
ainda larga da seca de verão. Não deu. Era preciso ter cuidado. Os
moleques estavam grisalhos. Avós.
- E aí, Deca? - Instigou o Eduardo, quebrando o silêncio.
Deca
era eu, seguindo a regra, Deca do Anfrísio. Fiz cara de paisagem, como
se tivesse concatenando as idéias. O próprio Eduardo veio em meu
socorro.
- Vou encaminhar a discussão e vocês corrijam ou acrescentem o que for relevante.
- “Encaminhar a discussão” é coisa de comuna ou petista, ainda tentou brincar o Sabá do Janga. Ninguém riu. O Eduardo fez que não ouviu e continuou.
-
Sempre sonhamos com o progresso de Altamira. Achamos que a nossa era a
geração da transformação. Vocês vibraram, eu, não, quando a ditadura
chegou com a Transamazônica. Projeto pronto e acabado. Desenvolvimento.
Não fomos ouvidos nem cheirados, mas tudo bem, iríamos sair do
isolamento, do marasmo, da pobreza.
Passaram
de cambulhada por cima de nós, do povo de Altamira. As máquinas foram
recebidas com aplausos e fanfarra. Junto com elas veio a escória
republicana da dissolução dos costumes. Gente, muita gente. “Gente sem
terra para uma terra sem gente”. “Ocupar para não entregar”. E outras
baboseiras em que muitos de nós embarcaram desde a primeira hora. Os
novos donos, a ensinar o que sabíamos, tinham nomes, caras e funções
definidas. Autoridades. A nova confraria. Empreiteiras, madeireiros,
grileiros, pistoleiros, corruptos e corruptores. Gente experiente em
comprar gente. Gente disposta a se vender. Como se disse, autoridades.
O
resultado foi a desconstrução. O latifúndio, os grileiros, os
madeireiros, os corruptos, os corruptores, o desmatamento. Tudo isso
escoltado e coonestado por prefeitos, deputados, senadores,
governadores, juízes, cartorários et caterva. E a Sudam. Ah! A Sudam.
Essa merece ser contada em um capítulo a parte. E se contará. Um
monumento à rapinagem e à impunidade. E a dissolução dos costumes
ganhou. A mata perdeu. A Amazônia perdeu. Perdemos nós.
Por fim, mas não menos importante, esse
processo sombrio, trouxe uma semente de amanhã. Os colonos.
Desassistidos e desvalidos. Os que resistiram à volúpia da grilagem
latifundiária e conseguiram ficar e amanhar a terra. Foi muito difícil,
mas o trabalho honesto está vencendo e, não pela pata do boi, do
correntão ou da moto-serra. A região se prepara para ser o maior
produtor de cacau orgânico do Brasil. A engrenagem desta economia
primária criou uma nova geração de agricultores, estudantes,
professores, doutores, empresários. Do bem, do bom, do belo. A decisão
de pais renitentes que conseguiram ficar no trabalho duro, as caminhadas
de léguas em busca das primeiras letras, deu frutos.
Mas ainda não o poder.
Este
pertence às estruturas carcomidas de um sistema que acreditávamos
agonizante. Por si e por seus beleguins. A hora era de reconstruir: mais
dia, menos dia, essa nova geração haveria de assumir as rédeas do
próprio destino. Vitória, Brasil Novo, Uruará, Souzel, Altamira, São
Félix, enfim, o Vale do Xingu.
De repente, não mais que de repente, BELO MONTE. A grande hidrelétrica a estrangular o Rio e sujigar as gentes.
Houve
um tempo, logo que anunciaram o projeto, em que chegamos a nos ufanar.
Orgulho besta de colonizado. Quando a ficha caiu, Inez era morta.
Mais
uma vez o Xingu e mais uma geração serão sacrificados em holocausto ao
desenvolvimento, diz-que, do Brasil. Eu disse diz-que. E nem se deram ao
trabalho de nos convencer. Ficou o entendimento de que o interesse
maior era das empreiteiras e de suas tenebrosas circunstâncias. Da outra
vez era a ditadura. Agora, em pleno Estado Democrático de Direto. Vai
começar tudo outra vez.
E
chegará o dia em que, o capitari buscará, com seu rabo grosso e
pontiagudo aquela praia, a mesma praia que, por 10, 30, 100 anos indicou
o caminho para que as suas crias fossem depositadas e gestadas e não
mais a encontrará, inundada que está pela grande barragem.
Agora, cadê praia? cadê ovos? cadê vida?
Não
houve discussão. Ninguém contestou, ou sequer acrescentou palavra,
apenas, o Élio, quando se levantou, balbuciou para si mesmo: - É isso
aí.
Os
seis, agora bem mais velhos, subiram devagar a escada do cais.
Silentes, com um gosto amargo na boca e um sorriso amarelo,
despediram-se apenas com um aceno.
FONTE: Recebido por e-mail.
terça-feira, 17 de abril de 2012
CONGRESSO VIRTUAL Rio+20: Recursos Naturais e Soberania Alimentar em pauta no Congresso Virtual
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Rio+20: Recursos Naturais e Soberania Alimentar em pauta no Congresso Virtual
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Evento on line abre debates do segundo eixo temático, reunindo palestras de Renato Maluf e Ricardo Abramovay
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O IICA e o MDA iniciaram ontem o debate do segundo eixo temático do Congresso
Virtual Internacional Economia Verde e Inclusão Socioprodutiva: o papel
da agricultura familiar - Reflexões para a Rio+20.
Neste bloco de discussão, o tema abordado é Recursos Naturais e Soberania Alimentar
e conta com a participação dos especialistas Dr.Renato Maluf e
Dr.Ricardo Abramovay, seguido com comentários de Francesco Pierri, Chefe
da Assessoria para Assuntos Internacionais e de Promoção Comercial do
MDA, e de Gertjan Beekman, Especialista em Recursos Naturais e
coordenador da área de Agricultura, Recursos Naturais e Mudanças
Climáticas do IICA no Brasil.
A
abordagem da gestão integrada da terra e a água frente ao fenômeno da
desertificação e mudanças climáticas são pontos garantidos nas
apresentações. Serão discutidos possíveis enfoques para formulação de
políticas públicas para enfrentar esses desafios e fortalecer a
soberania e a segurança alimentar. As participações e debates seguem até
dia 22 de abril.
Para participar, basta se inscrever no site www.congressorio20.org.br, onde quase 5mil inscritos de 22 países já estão compartilhando suas ideias e experiências.
Os
participantes têm acesso ao material (palestras em vídeo e documentos) e
debatem os temas propostas pelos palestrantes e comentaristas
(especialistas, acadêmicos e gestores públicos) no fórum de discussão.
Na
semana passada, a participação dos usuários resultou em contribuições
para o informe técnico que será levado à Rio+20 pelo IICA e o MDA, e
estão sistematizados, veja.
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segunda-feira, 16 de abril de 2012
Emater orienta sobre diversificação e produção de pescado na região do Xingu*
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) está orientando produtores rurais e pescadores de Senador José Porfírio, município da Região do Xingu, sobre diversificação e produção de pescado. A empresa oferece orientação técnica de manejo, alimentação, biometria e limpeza dos tanques, visando garantir uma nova alternativa de renda para as famílias e aproveitar os recursos naturais existentes no município.
Uma das experiências desenvolvidas em Senador José Porfírio é na comunidade Tarumã, na propriedade de Alvimar Moreira. Dentro do igarapé que corta a propriedade, o produtor construiu uma base fixa de madeira e aproveitou o corpo d’água já existente para desenvolver a piscicultura. Corpo d’água pode ser um igarapé, uma lagoa ou qualquer outro local que não sofra muita influência das marés.
No espaço de seis metros cúbicos ele colocou 1,5 mil alevinos de tambaqui. Os peixes permanecem nos tanques geralmente por um ano, até que atinjam entre 800 e 900 gramas, quando ficam prontos para comercialização. A produção estimada chega a 1,3 toneladas de pescado.
Segundo a técnica em Aquicultura da Emater, Simone Silva, a atividade em tanque-rede está crescendo em Senador José Porfírio, devido ao grande potencial pesqueiro da região.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados no último Censo, a atividade pesqueira do tipo artesanal merece destaque, visto que contribui efetivamente para a conservação ambiental da região. A pesca representa a terceira maior fonte de renda para as famílias ribeirinhas.
Entre as grandes dificuldades para a produção do pescado em tanques redes está o acesso aos insumos (ração e alevinos), que ainda são comprados em outros municípios.
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
Rod. BR 316, Km 13 S/N. Marituba-PA. CEP: 67105-970
Fone: (91) 3256-0150 / 0015
Site: www.emater.pa.gov.br Email: presidencia@emater.pa.gov.br
Rod. BR 316, Km 13 S/N. Marituba-PA. CEP: 67105-970
Fone: (91) 3256-0150 / 0015
Site: www.emater.pa.gov.br Email: presidencia@emater.pa.gov.br
* Notícia originalmente publicada em: Agência Pará de Notícia >> CLIQUE AQUI!
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